Este trabalho propõe um Plano Urbano do Brincar como possibilidade de alterar os parâmetros urbanos da cidade, substituindo, a partir do brincar, o cidadão adulto, homem, branco, trabalhador pela criança: uma maneira de repensar como exercemos o poder na cidade e a serviço de quem sonhamos e propomos, criando, assim, uma cidade brincante. Dividido em 3 partes (a teórica, o plano em si, e uma experiência de aplicação), a pesquisa entende o brincar como experiência que pode questionar o mundo real e transformá-lo.
Este caderno é a segunda parte da pesquisa, que, embasada pelas discussões teóricas da primeira parte, culmina no Plano Urbano do Brincar. O Plano é uma proposta para olhar e pensar a cidade a partir de um outro ponto de vista. É pensar os espaços urbanos a partir da perspectiva da infância, tomando o brincar como ponto de partida para imaginar novas possibilidades. É favorecer uma mudança de paradigma tomando a criança como novo parâmetro a partir do qual se pensa a cidade, visando-se passar de uma cidade com alguns poucos espaços de brincar para uma cidade brincante, onde o lúdico seja parte integrante e cotidiana na vida de todos. Dessa forma, aqui são apresentadas as características de uma cidade brincante e aquilo que se pretende alcançar com ela a partir de eixos e objetivos que organizam 75 propostas para o espaço estudado.
O Plano volta-se à unidade do distrito da Brasilândia, trazendo um diagnóstico das potências e fragilidades do território para o brincar urbano e acreditando que, posteriormente, com a replicação da metodologia de análise e, a partir disso, proposições, seria possível alcançar a escala da cidade.
Camila Sawaia
março/2021