Se considerarmos a paisagem a totalidade que acontece a partir da expressão humana, então, a cidade é a tradução das manifestações, da criação e das impressões de cada indivíduo urbano. Sendo assim, onde vemos a expressão dos indivíduos crianças sobre a paisagem? Como podem elas se expressar em um ambiente que mais quer isolar do que acolhê-las?
Este artigo, partindo desses questionamentos, trata da percepção do CoCriança, a partir de sua prática em dois lugares distintos da cidade: Jardim Elisa Maria e Vila Anglo Brasileira. Foi-se entendendo que as diferentes localidades exprimem diferentes urbanos, os quais, em suas pluralidades, permitem ações diversas e recebem também atenções e investimentos distintos. Foi ficando claro que na periferia é sempre mais difícil. Partindo desse contraste, propôs-se uma reflexão que parte da ideia de direito à cidade, e, mais ainda, de direito à paisagem, para buscar refletir acerca de seu poder emancipatório inserido na luta pela cidade, que necessariamente implica uma interseccionalidade de contextos, de infâncias, de possibilidades.
Andrea Muner, Beatriz Martinez, Camila Audrey, Camila Sawaia
2020